Luiz Fernando Veríssimo
Tem nome metrificado
Nele tem grande verdade
É escritor afamado
Além de ser cartunista
Dramaturgo, musicista
Roteirista consagrado.
Cedo foi viver na gringa
"Estates" pra ser exato
Sua vida é tão intensa
Que não cabe num só ato
Quem sabe faça uma crônica
Mesmo se não for harmônica
Será veríssimo o fato.
Esse gaúcho brilhante
Teve berço e inspiração
Construía seus castelo
Com livros do pai no chão
Tinha verve e sutileza
Nas letras sagaz leveza
Bom humor e precisão.
O Analista de Bagé
Teve gênese no jornal
Virou livro e depois peça
Sucesso fenomenal
Teve continuação
Pela grande aceitação
Uma obra magistral.
Criticou psicanálise
Ortodoxia Freudiana
Misturou clichês gaúchos
Ficou hilário e bacana
Paramentado o analista
Do "Joelhaço" ativista
Sem traumas, mas com chicana.
Temperos de sua obra:
O coloquialismo, humor
Ironia e também sátira
Fez rir, causou estupor
Transformou banalidade
Com boa sagacidade
Típica de grande escritor.
Velhinha de Taubaté
Quem o leu sente saudade
Alguns contos de Veríssimo
Retratam a realidade
Dos tempos da ditadura
Ataques contra a cultura
Tempos de muita maldade.
"O mundo não está ruim
Só está mal frequentado"
Ele com essa e outras pérolas
Mostrava ser afiado
Era muito perspicaz
Inteligente e sagaz
Um escritor arretado.
Sonhava nunca morrer
Ele a morte não curtia
Revelou em outra frase
Cunhada com maestria
Era um ótimo aforista
Criava igual esgrimista
Frases com sabedoria.
Luiz Fernando Veríssimo
Deixa-nos rico legado
Com sorrisos e alegria
Pra sempre será lembrado
Mas um artista não morre
Sua imensa obra concorre
Para ser perpetuado.
Salvador, 30/08/25