O jardineiro da morte
Fez um broto diferente
Quer plantar a nova rosa
Mais mortal e mais potente
Em Hiroshima aprendeu
Nagasaki o convenceu
Que a morte é conveniente.
"Faço guerra pra ter paz"
É discurso descarado
Fazem guerras pra lucrar
Vão ganhar um bom bocado
É coisa de genocida
De maldito fratricida
Egoísta empavonado.
Quando deveria o mundo
Fazer guera contra a fome
Aquecimento global
E outros males que consome
Vejo a morte se alastrar
Conjugam verbo ganhar
Com seu nome e sobrenome.
É ganância, hipocrisia
Muito sede por poder
E tudo isso degustado
Bem na hora de comer
Visto na televisão
Em macabra transmissão
E o que nós vamos fazer?
Ao ver crianças morrendo
De fome e de inanição
E os vis senhores da guerra
Gastando mais de bilhão
Pra enriquecer belicistas
São sempre os mesmos artistas
Anjos da destruição.
Nesse teatro bizarro
Capital finca bandeira
Muitos perdem, poucos ganham
A humanidade rasteira
Mostra que nada aprendeu
Com que já aconteceu
Sonho um mundo sem fronteira.
Sem tanta desigualdade
Sem paraíso ou inferno
Livre de religião
Sem cidadão subalterno
Será que é vã utopia
Ou poderemos um dia
Ter um mundo mais fraterno?
Salvador, 26/06/25,