Poeta Jessé Ojuara
*Nunca se nega a ninguém, café, água e Poesia.
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Textos

Miséria

Com mais de oito milhões

Quadrados nesse Brasil

Uma Nação tão gentil

Mas com muitas distorções

As crianças nos lixões

Ingerindo carne crua

E o cenário continua

Para todo mundo ver

Eu não consigo entender

Tanto morador de rua.

 

Eu acho que a explicação

Só pode estar na ganância

Porque tanta discrepância

Ofende a justa razão

Eu pergunto meu patrão

Por que tanta terra é sua

Ver minha família nua

Só me faz enfurecer

Eu não consigo entender

Tanto morador de rua.

 

Pense só nesse cenário

Uma divisão mais justa

Eu bem sei que isso lhe assusta

Mas não seja um mercenário

Ou vil latifundiário

Que a dor do irmão acentua

Sua gula diminua

Pra que todos possam ter

Eu não consigo entender

Tanto morador de rua.

 

Falam de Deus e família

Mas agem com crueldade

Sem fé, amor, cristandade

Pra lucrar mantém vigília

Tinham suporte em Brasilia

Seu empregado extenua

Só sua prole gradua

Para o status se manter

Eu não consigo entender

Tanto morador de rua.

 

Meu rincão abandonei

Pela seca maltratado

Pelo patrão explorado

Que triste sina eu herdei

Eu na rua me abriguei

Como teto só a lua

O desprezo perpetua

Injustiça faz sofrer

Eu não consigo entender

Tanto morador de rua.

 

A noite vendo os filhinhos

Lá no papelão dormindo

Continuo me arguindo

Porque aceitei tanto espinhos

Se junto com meus vizinhos

Rejeitasse a falcatrua

E gritasse:-Senta a pua

Eu livre podia ser

Eu não consigo entender

Tanto morador de rua.

Jessé Ojuara e Zilmar de Souza (Mote e glosa 1)
Enviado por Jessé Ojuara em 13/05/2025
Alterado em 14/05/2025
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