Poeta Jessé Ojuara
*Nunca se nega a ninguém, café, água e Poesia.
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Textos

Ser ou não ser

Escutei minha arrogância

Mandar: - Não fique calado

Diógenes me aconselhou:

-Silêncio é mais adequado

Com a lanterna na mão

Busque um ser iluminado.

 

Porém se quiser falar

Co'a pena sem maestria

Expresse seu sentimento

Não use de alevosia

Deixe arrogância de lado

O simples tem mais magia.

 

Fuja desse manicômio

Querem lhe recuperar

Só seja o que quiser ser

Co' a máscara que mais gostar

Use também fantasia

Aquela que desejar.

 

Curta a nordestinidade

Rasgue a tosca alegoria

Do tal ser colonizado

Que se mascara e maquia

Com gravata e paletó

No escaldante meio dia.

 

Quanto a originalidade

Nesse mundo copiado

O que pensa ser melhor

Já foi bem antes usado

Moda e estilo é pessoal

Cada qual no seu quadrado.

 

Eu curto demais da conta

Um artista performático

Que faz boa poesia

No palco não é apático

Encanta toda a plateia

E não faz show burocrático.

 

Vi Mamonas Assassinas

Amei Secos e Molhados

Eu curto o louco Falcão

E outros artistas retados

Salve o bom Mestre Gilmar

Ouçam Raul, abestados.

 

Pensem nisso e bem reflitam

Sendo igual ou diferente

Tem quem prefira o oquei

E tem quem goste do oxente

Mas como eu vou me vestir

Só cabe a mim minha gente.

 

A minha avó me ensinou

Disse com sabedoria:

-O que é de gosto é regalo

Da vida e traz garantia

Se meter na vida alheia

A relação contagia.

 

Eu sempre prefiro ser

Metamorfose ambulante

Grito ficando calado

Pra provar que sou pensante

Não modifico ninguém

Sigo em paz, sem ser pedante.

 

Ser ou não ser? Eu serei

É essa a grande questão

No foro individual

Não meto colher ou mão

Nem dito regras vazias

Aceitem meu matulão.

 

Salvador, 28/8/24

 

Obs.: Desagravo aos Cordelistas, que são ridicularizados por adotarem uma indumentária que exalta a nordestinidade e tem todo direito de se apresentarem como bem quiserem. Homenageio também o Mestre Gilmar Ferreira (Foto), Sergipano, Professor, que como um bom cordelista, usa sua poesia para educar e encantar.

 

Salvador, 30/8/24,

Jessé Ojuara
Enviado por Jessé Ojuara em 31/08/2024
Alterado em 02/09/2024
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