Poeta da capital
As vezes é fingidor
Come cuscuz, tapioca
Finge ser do interior
Só pelo amor do sertão
Dizem que ele é um ator.
Mas isso nunca faz mal
Das origens me aproxima
Do bom cordel de raiz
Como não tenho obra prima
Eu finjo ser do ricão
Pra cativar mais estima.
Gosto muito dos poetas
Que são muito performáticos
Usam todos os recursos
Até mesmo telepáticos
Para dar o seu recado
Sem medo de ser lunáticos.
Viva para insanidade
Se expressem livres dos tocos
Ser certinho é opção
Mas existem muitos poucos
O Miró da Muribeca
Era nosso rei dos loucos.
Cada qual no seu quadrado
Para ser o que bem quer
Usar sua fantasia
A liberdade requer
Aceitação e respeito
Para o homem e pra mulher.
Salvador, 22/08/24,