O Virgulino Ferreira
Tinha o vulgo Lampião
Nasceu em 4 de junho
Na Bela Vista de então
Mas hoje é Serra Talhada
Pernambuco é seu rincão
Ele entrou para o cangaço
Depois do seu pai vingar
Ganhou o seu apelido
Por muito bem atirar
Cada bala que cuspia
Via a noite iluminar
Como ardente lampião
Em noite sem lua cheia
Sua fama correu mundo
Pra mais de uma volta e meia
Muito cantado em cordel
Sangue fervia na veia
Com o seu corpo fechado
Muita astúcia e valentia
Era um cabra muito macho
Porém lhe domou Maria
A mais bela do sertão
Lhe deu amor e alegria
Sendo uma mulher bonita
E também bem corajosa
Fez o cabra amolecer
Maria não era prosa
A rainha do cangaço
Eu exalto em verso e glosa
Se Lampião foi herói
Assassino ou justiceiro
Não vou falar disso aqui
Nesse cordel tão ligeiro
Também relato da época
Não era assim tão certeiro
Ele morreu em Angicos
Em uma infame emboscada
Foi em 28 de julho
A data ficou marcada
Traído por um coiteiro
Teve a cabeça arrancada
Mesmo fim teve a Maria
Sua grande companheira
Assim se desfez o bando
Mas a história é maneira
Aqui findo esse relato
Novo cordel na algibeira.
Salvador, 04/6/24,