Privatização das praias
Depois o ar privatizar
Privatizaram seu medo
Bem diante do altar
Privatizarão estrelas
E o direito de sonhar
Vivemos pra trabalhar
Liberdade nos roubaram
Após golpe Temeroso
Esperanças afogaram
Aposentar nunca mais
Com mentiras enganaram
Como cordeiros fiéis
Seguimos pro matadouro
Sempre muito alienados
Crendo em Messias e Moro
Se a rima está imperfeita
Não me diga desaforo
Vá gritar com quem lhe rouba
E também muito lhe engana
Pois tirar praia do povo
É atitude sacana
De quem o povo conhece
Hoje sem fibra e sem gana
Que saudade de Zumbí
De Maria e Lampião
Acorde grande Quitéria
Zé, Ana, Luiz e João
Para Luiza Main
Meu ode e recordação
Quando neto perguntar:
Meu avô como era a praia?
Você nem vai se lembrar
Quem sabe história o distraia
Uma lágrima vai rolar
E essa dor não abstraia
Quando nos tirarem tudo
Aí pode já ser tarde
Hoje é hora de gritar
Protestar fazer alarde
Pois se eu me calar serei
Nada mais do que um covarde
Eu grito com minha pena
Protesto com poesia
Mas se precisar eu vou
Combater com valentia
Deixe'o povo ser feliz
Pôr do sol ver co'a alegria
Eu convoco os orixás
Da Bahia e toda gente
Vamos calar esses biltres
De uma forma contundente
Com seu título de eleitor
Dêem seu tiro incremente.