É na Sexta-feira Santa
Que paradoxos eu vejo
Comilança sem limites
Jejum de carne antevejo
Mas a tal da reflexão
Se existe, é bem a varejo
Eu não sou autoridade
Para falar desse tema
Eu não sou fiel a crença
Prefiro fazer poema
Bem longe da hipocrisia
Que vejo em cristão da gema
Que longe da caridade
Só refletem no comer
Fazer peixe ou bacalhau
Mas o que devo escolher
Só não pode comer carne
Isso ninguém vai fazer
Pra beber cerveja ou vinho
Melhor breja no calor
Vinho dá muita quentura
Ora me faça um favor
Calor de mais de 40
Me perdoa o Salvador
Depois seguem os festejos
O comércio se aproveita
Para muito faturar
E fazer boa receita
Não esquecendo dos ovos
Preço que até rico enjeita
Tem a malhação do Judas
Uma antiga tradição
Ele deixa um testamento
Que vira até gozação
E nesse ano deve ter
Para o Bozo Papudão
Eu colocaria nele:
Pro povo mais consciência
Também mais educação
Não rejeitar a ciência
Eu vou nessa sexta-feira
Apurar a paciência.