Minha Prosa anda triste, alegando meu abandono. Não posso lhe tirar a razão. Enamorado do Verso, que a pouco aprendi, confesso que realmente dela me afastei.
Hoje numa missão de paz, vou juntar Verso e Prosa, só pra ver no que vai dar.
Para o Verso eu confesso, que senti na boa Prosa, sem rima, métrica e oração, uma total liberdade. Gostava de não ter amarras e falar sem engessamento.
Já pra Prosa vou dizer
Com linda sonoridade
Amo as rimas, mesmo pobres
Explorar a oralidade
O bom Verso me encantou
Confesso me cativou
Não vou faltar co'a verdade.
Nesse instante de tensão, vi brotar, na fase radiante do Verso, um tímido mas sarcástico sorriso. Enquanto sentida lágrima escorria, lentamente, no rosto da Prosa.
Para aplacar esse drama
Disse firme, mas gentil
Vamos resolver o caso
Antes que vire um ardil
Te amo minha linda Prosa
Eu versejo e faço glosa
Da poesia sou servil
As pazes celebramos e houve até um tímidos abraços, sem salamaleques. Eu prometi solene, ser um Poeta fiel e respeitoso com ambas. Porém, declarei absoluto: serei escravo apenas da minha inspiração. Com a pena livre para expressar dores e amores, em Verso ou Prosa.
Essa história misturada
Feita só pra divertir
Demonstra que na cultura
Pode sim coexistir
Todo tipo de expressão
Sem qualquer violação
Quando queremos unir.