Religião gera medo
Pavor, também servidão
Guerra se fez em seu nome
Combateu boa razão
Perseguiu todas ciências
Alienou consciências
Pro povo negou a mão
Num perverso simbolismo
Em seu lugar vinho e pão
Pra embriagar com achismos
E turvar nossa visão
Esqueceram o Nazareno
Homem simples e sereno
Mas que fez revolução
Na sua essência e pureza
Se insurgiu contra tiranos
À César o que é de César
Mas combateu os Romanos
Lutou contra os Fariseus
Também protegeu os seus
Mas sem nunca causar danos
Toda igreja desviada
Com sede pelo poder
Cultua mais o dinheiro
Mente, engana e faz sofrer
O povo desiludido
Que crer em qualquer bandido
E faz a igreja crescer
Em suntuosos palácios
Espalhados pelo mundo
Infiltrados nas favelas
Escondem o submundo
Mercantilista da fé
Desde os tempos de Jafé
Escuso, podre e fecundo
Mas o povo miserável
Que sustenta essa mentira
Vive só desassistido
Pois do pobre sempre tira
Aproveita a ignorância
Pra prosperar com ganância
Daí nasce a minha ira
De mim afasta esse cálice
Não quero me embriagar
Bebo em meu copo de barro
Que eu sozinho quis moldar
A luz da minha razão
Com Sol faço comunhão
Nunca vou me alienar.