Eu me encanto com os cantos
Das orquestras divinais
Que emitem dos animais
Sinfonias de acalantos
Na selva em todos recantos
Escuto a voz do cancão
Ouço o vocal do carão
Nos acordes da beleza
As vozes da Natureza
Comovem meu coração.
Quando o sol logo aparece
Gorjeios da passarada
No seu canto e revoada
Toca a minh'alma, me aquece
O vento vem, passa e tece
Com uivos a orquestração
Balança a vegetação
E as águas em correnteza
As vozes da Natureza
Comovem meu coração.
Enche-me de encantamento
O som de uma cachoeira,
Das águas de uma biqueira,
Das ondas do mar, do vento,
Do trovão no firmamento,
Do canário, do azulão,
Da cigarra, do carão,
Da juriti, da burguesa...
As vozes da Natureza
Comovem meu coração
O som das águas do mar
Nas ondas da maré cheia
Beijando a cara da areia
Num vai e vem sem parar
Um vento forte a soprar
A chuva que cai no chão
E um estrondo de um trovão
Mostrando a sua grandeza
As vozes da natureza
Comovem meu coração.
Como é gostoso escutar
O galo que todo dia
Mostra a mesma sintonia
No momento de cantar
O som da chuva causar
Uma grande animação
Um estrondo de um trovão
E o barulho da represa
As vozes da natureza
Comovem meu coração.
Ouço o queixume do vento
Implorando ao Pai ajuda:
"Oh meu Criador me acuda
Desse rito violento
Minha prece, é um lamento
Por essa devastação
Peço vossa proteção
Autor de toda a grandeza!"
As vozes da Natureza
Comovem meu coração.
A graúna canta bem
Louvando a vinda do sol
Escutar o rouxinol
Me deixa feliz também
A maré no vai e vem
Mesmo numa agitação
Pode ser uma canção
Que o vento não mantém presa
As vozes da natureza
Comovem meu coração.
Quando quero meditar
Na Natureza eu encontro
Música sem desencontro
Gorjeio e belo cantar
Isso me faz acalmar
E em perfeita comunhão
Faço sentida oração
Ao Pai, em sua Grandeza
As vozes da Natureza
Comovem meu coração.