Os tempos são relativos
Com a minha intransigência
E também ambivalência
Eu tenho atos combativos
Guardo tudo nos arquivos
Dos momentos que desfruto
Eu confesso, já fui bruto
Com mente insana agonizo
Quantos anos eu preciso,
Para esquecer de um minuto?
Velho Cronos tão perverso
Tenta me manipular
Me ver só valorizar
Amargura no meu verso
Mas quero fazer o inverso
Resisto, mudo e desfruto
Do prazer absoluto
Eu digo, mesmo indeciso
Quantos anos eu preciso,
Para esquecer de um minuto?
Minutos podem marcar
Algo para a vida inteira
Dia ou hora passageira
Por anos pode ecoar
Passado não vai mudar
O tempo é absoluto
E nem tudo é dissoluto
Nas lembranças que eu repriso.
Quantos anos eu preciso,
Pra esquecer de um minuto?
Tantos arrependimentos
Frutos de tolos enganos
Os minutos viram anos
No tempo e seus fragmentos
Inconsequentes momentos
No presente eu repercuto
Para o futuro computo
E o passado eu analiso
Quantos anos eu preciso,
Pra esquecer de um minuto?