Seja tecendo uma glosa
Ou bordando o meu cordel
Com rima no carretel
Teço palavra sedosa
Na ponta d'agulha prosa
Versos de alfaiataria
Remendando a fantasia
De pontos e nós inversos
Com meus retalhos de versos
Eu costuro a poesia
Sou tecelã de poemas
Minha agulha é minha pena
E se a linha for pequena
Eu remendo sem problemas
Pego farrapos de temas
E os transformo todo dia
Na minha linha a harmonia
Tece incríveis universos
Com meus retalhos de versos
Eu costuro a poesia
Alinhavo a minha dor
Sei que viver é rasgar-se
Mas também é remendar-se
Da tênue linha do amor
Teço o meu lado escritor
Remendando a utopia
Eu vesti a fantasia
Com palavra e tons diversos
Com meus retalhos de versos
Eu costuro a poesia
Mote e Glosa 1 e 2: Vivian Lissek
Glosa 3: Jessé Ojuara