Os meus pecados poéticos
Quero logo confessar
E sem medo de censura
Só quero poetisar
Minha meta é não ter meta
Minha pena é minha seta
Ela que vai me guiar
Vou me embriagar de verso
Bebendo toda poesia
Vou comer pratos de prosa
Toda noite e todo dia
Vou me fartar com cordel
Degustar um bom rondel
Ler soneto em maresia
Na taberna de Camões
Vou encontrar com Neruda
Se a poesia não for boa
A Pessoa peço ajuda
Tudo sempre vale a pena
Quando a alma não é pequena
Se não tá bom, você muda
Quando a métrica me engessa
Eu posso escrever em prosa
Porém se tenho bom mote
Rascunho logo uma glosa
Que espelhe meu sentimento
Desnude então meu lamento
Falo do lodo e da rosa
Assim sigo meu caminho
Eu ando bem descuidado
Não me preocupo com nada
Nem me faço de rogado
Poesia é dona do meu ser
A mestra do meu prazer
Sou amor e sou amado.