A mente mente, ilude, engana. Nos mantém, a sacana, presos em seu labirinto.
Eu só, sem farol, perdido, sem guia, não encontro quem me escute. Ouvem apenas os ecos de seus próprios delírios.
Sinapses, neurônios, depressão. Ri vou, trio maldito, você rouba a voz da minha garganta e me embriaga a alma. Turva e distorce minha arte, com sua calma pastosa.
Ogum empresta-me a sua poderosa espada, para enfrentar meus monstros.
Não quero matá-los. Apenas subjuga-los e mostrar quem é servo e servidor.
Preciso de vocês monstrinhos queridos, mas sou eu no comando. Nem tentem subverter esse ordem. Basta seus bostas.
Chega de tomar porre de remédio ou qualquer outra sinfonia com dor maior em mi.
Minha música é tropicalista. Grito: EU SOU UM ARTISTA.
Preciso da loucura para me expressar. Mas não aceito rebeldia. Tampouco emprestada apatia.
Vou produzir como louco. Lhe sufocar com sufoco, numa nuvem ouvindo regue.
Vou cantar prós zumbis e matá-los de tédio.
Só digo tudo isso, para mim mesmo, isso mesmo, para você não entender.
Preciso desligar minha mente mentirosa e só, somente só, assim, só eu, só, sem mente.